Suspeitos de mandar matar prefeito de João Dias são presos no Paraguai
- Bolin Divulgações

- 22 de ago.
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Uma cooperação internacional da Polícia prendeu nesta quinta-feira (21), no Paraguai, o trio suspeito de participação na morte do então prefeito de João Dias, Marcelo Oliveira (União), ocorrida no ano passado. Dentre as presas, estão Damária Jácome de Oliveira, vice-prefeita de João Dias à época do crime e filiada ao Republicanos, e Leidiane Jácome de Oliveira, vereadora e irmã de Damária.
O outro preso é Weverton Claudino Batista, também investigado pela participação na trama criminosa. Os três estavam foragidos desde agosto de 2024. As investigações apontam que Damária e Leidiane são suspeitas de mandar matar o prefeito Marcelo Oliveira, com motivação ligada a disputas políticas locais. Já Weverton Claudino teria atuado como intermediador na contratação dos executores, desempenhando papel central no planejamento do crime.
Os mandados de prisão foram cumpridos pela 76ª Delegacia de Polícia de Alexandria. As prisões ocorreram em Ciudad del Este, no Paraguai, após uma operação conjunta que contou com a cooperação internacional da Polícia Federal, apoio operacional da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Foz do Iguaçu/PR e atuação da Polícia Nacional do Paraguai, por meio do comando da Tripartido que atua na Fronteira.
O atentado ocorreu em 27 de agosto de 2024, durante o período de campanha eleitoral, em João Dias, município do Alto Oeste potiguar com pouco mais de 2 mil habitantes. O prefeito Marcelo Oliveira foi alvejado com 11 disparos de arma de fogo dentro de sua residência. Ele chegou a ser socorrido e encaminhado a um hospital em Catolé do Rocha, na Paraíba, mas não resistiu aos ferimentos. Na ocasião, o pai do prefeito, Sandi Alves de Oliveira, de 58 anos, que o acompanhava no momento do ataque, também foi atingido pelos disparos e morreu ainda no local.
O caso gerou ampla repercussão nacional, e outras ações foram efetuadas. Em 27 de dezembro do ano passado, a Polícia Civil do Rio Grande do Norte também prendeu um pastor de 27 anos apontado como um dos mandantes da morte do prefeito de João Dias. Ele não teve o nome divulgado.
Disputas familiares motivaram crime
A motivação para que Damária e Leidiane Jácome se envolvessem com o crime foi em razão de disputas familiares, depois que os Jácome e Marcelo foram aliados na eleição de 2020, explicou em coletiva de imprensa no dia 27 de dezembro o delegado Alex Wagner, diretor da Divisão de Polícia Civil do Oeste (DIVIPOE).
“Os Jácome junto com a família do prefeito Marcelo se uniram politicamente para retirar um adversário político do poder, uma concorrência política normal, sendo que houve uma desavença durante a execução do mandato. O Marcelo primeiro pediu afastamento do cargo, depois voltou dizendo que tinha sido extorquido pela família dos Jácome e aí disso daí nasceu uma beligerância entre as duas famílias”, afirmou o delegado.
Nova prefeita é esposa de Marcelo Oliveira
Maria de Fátima Mesquita da Silva, a viúva do prefeito de João Dias, é a atual prefeita da cidade. Ela substituiu Marcelo nas urnas no ano passado e venceu o pleito com 66,84% dos votos. A segunda colocada foi justamente Damária Jácome, hoje presa.
Devido a tensão na cidade, João Dias foi um dos quatro municípios no Rio Grande do Norte que contaram com a presença de tropas federais para garantir a segurança dos eleitores no 1º turno.




