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Moda dos patinetes elétricos em Natal começa sem planejamento, orientação e fiscalização

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Os patinetes elétricos compartilhados viraram uma febre desde que o serviço foi lançado no último final de semana pela Prefeitura de Natal, através de uma parceria público privada com a empresa Jet. De acordo com a Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (STTU), a iniciativa “faz parte das ações de incentivo à mobilidade sustentável, alinhada ao Plano Cicloviário de Natal”. No entanto, os primeiros dias da nova sensação que tomou conta da capital potiguar foram marcados pelo uso inadequado dos equipamentos, evidenciando a falta de planejamento, fiscalização e orientação para a população.


O professor do Instituto de Políticas Públicas e do Programa de Pós-Graduação em Estudos Urbanos e Regionais da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Fábio Fonseca Figueiredo, pesquisador do tema “Bicicleta e Sociedade e Mobilidade Ativa”, com enfoque no uso das bicicletas no meio urbano, manifestou preocupação com a falta de planejamento na implantação do serviço em Natal.


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Ele se disse especialmente preocupado com a questão da segurança viária, uma vez que os equipamentos estão sendo usados de forma inadequada, sem nenhuma orientação à população e sem nenhuma fiscalização da STTU.


O professor lembrou que já ocorreram acidentes envolvendo usuários de patinetes na cidade, por isso defendeu, como medida preventiva, a redução do limite de velocidade dos equipamentos, que atualmente é de 20 km/h.


“Nem todo mundo tem destreza e habilidade para usar os equipamentos. As rodas são pequenas, então você não tem como fazer um giro mais rápido caso necessite. A velocidade, talvez, devesse diminuir de 20 km/h para 10 km/h. Isso talvez facilitasse”, opinou.


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“Uma campanha educativa poderia ajudar bastante quanto ao uso mais responsável dos patinetes para que se evite acidentes. A gente não pode esquecer que, em média, 8% dos recursos do orçamento público federal para o SUS são gastos com atropelamentos. A gente não quer, obviamente, que mais pessoas se acidentem e esse gasto aumente”, ponderou.


Para o professor, a “modinha” dos patinetes “vai passar” em breve. Ele disse acreditar que, com o tempo, as pessoas usarão os equipamentos de forma “mais consciente”, o que na opinião dele “poderá de fato ser útil para a micromobilidade, embora não vá resolver o problema, sobretudo nos bairros mais periféricos da cidade”.


Vi verdadeiras aberrações pela cidade”, denuncia professor

“Pedalando pela cidade na segunda-feira [22], eu vi algumas aberrações, como estão aparecendo aí nas redes sociais. As pessoas andando de patinetes na contramão, em alta velocidade, em pleno horário do pico, em todos os cantos de Natal”, alertou.


O professor contou que também testemunhou usuários andando com os equipamentos nas calçadas, além de abandonarem os patinetes nesses “poucos e mal conservados espaços que temos em Natal”.


“A Prefeitura deveria fazer uma campanha educativa urgentemente, em todas as mídias, falando sobre a importância desses equipamentos para a micromobilidade urbana da cidade, mas alertando para o uso responsável desses patinetes”, cobrou.


Para ele, a novidade é “interessante”, “engraçadinha”, mas, apesar de serem anunciados como alternativa para a mobilidade sustentável, os patinetes funcionam com baterias que, após descarregadas, precisam ser recolhidas.


“Tem algum plano para recolher as baterias? Como é que isso vai acontecer? Não sei se isso está no documento da parceria público privada da Prefeitura de Natal com a Jet”, ponderou.


Nas redes sociais, pessoas compartilham relatos de uso irregular dos patinetes

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Nas redes sociais, circularam vídeos, fotos e outros registros de uso irregular do serviço, como pessoas publicando imagens com os patinetes em casa, abandonando os equipamentos no meio de algumas vias da cidade e jovens fazendo disputa de salto em dupla com os aparelhos elétricos na Praia de Miami.


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