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Jovem morre após arrancar siso: especialistas explicam como evitar complicações

Atualizado: 16 de set.

O jovem Luan Vinícius, de 32 anos, faleceu por complicações em uma cirurgia para retirada de três sisos. Especialistas alertam sobre a importância de protocolos rigorosos antes, durante e depois do procedimento


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O caso do vendedor Luan Vinicius Alves Gonzaga, de 32 anos, causou uma grande comoção, na última semana. O jovem faleceu em decorrência de choque séptico e infecção generalizada com origem dentária, após retirar do dente siso em uma clínica de Goiânia. A tragédia abriu espaço para um alerta sobre o procedimento, que apesar de parecer simples, deve ser realizado com cuidados específicos e bons profissionais.


O procedimento ocorreu no dia seguinte ao seu aniversário e, desde então, Luan passou a relatar fortes dores e inchaço na região operada. Nos dias seguintes, as mensagens enviadas à esposa descreviam um sofrimento constante. Apesar de a família ter informado a clínica sobre o quadro, a orientação recebida foi apenas de contatar a secretária do dentista que realizou o procedimento. O estado de saúde se agravou, levando o paciente a ser internado em UTI, onde permaneceu entubado por 13 dias até falecer.


A tragédia evidencia os riscos de uma cirurgia considerada comum, mas que exige rigor técnico e acompanhamento atento. Os dentes do siso, ou terceiros molares, geralmente aparecem entre os 17 e 25 anos e, em muitos casos, não encontram espaço suficiente para erupcionar de forma adequada. Quando isso acontece, podem ficar impactados, causar inflamações, dores e até infecções. Nesses casos, a extração é indicada, mas o sucesso depende de avaliação criteriosa e de cuidados que vão muito além da sala de cirurgia.


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De acordo com especialistas, exames de imagem, histórico clínico detalhado e checagem de condições de saúde, como diabetes e alergias, são fundamentais para reduzir riscos no procedimento. Durante a cirurgia, o uso de técnicas adequadas de anestesia, assepsia e manobras que minimizem o trauma também é decisivo para evitar complicações. Mas é no pós-operatório que reside um dos maiores desafios, já que dor intensa, inchaço e sangramentos são esperados nos primeiros dias, mas podem se tornar sinais de alerta quando se prolongam ou se intensificam.


Para a odontóloga Márcia Luz, a linha entre um pós-operatório esperado e uma complicação grave precisa ser tratada com atenção redobrada. “Cada etapa desse processo, da avaliação inicial ao pós-operatório, demanda rigor e empatia. O paciente precisa sentir que seu relato de dor não está sendo ignorado, que há protocolo claro para tratamento da dor, da infecção e para emergências. É vital que o dentista oriente claramente o que fazer a cada sinal fora do normal”, afirma.


Já o especialista Ricardo Oliveira reforça que a comunicação é fator determinante para evitar desfechos trágicos. “A comunicação profissional-paciente é chave. O odontólogo deve deixar instruções escritas, números para contato em caso de urgência. E, por outro lado, o paciente tem responsabilidade: seguir à risca as orientações, não subestimar sintomas, procurar ajuda ao primeiro sinal de agravamento”, alerta.


Casos como o de Luan revelam que complicações como alveolite seca, infecções locais e inchaços exacerbados, quando não tratados prontamente, podem evoluir para quadros graves de sepse. Embora não sejam comuns, são situações que exigem preparo da equipe odontológica e vigilância constante do paciente.


A morte precoce de Luan serve como alerta doloroso de que a extração de siso não deve ser vista como um procedimento trivial. Exige planejamento minucioso, técnicas adequadas e acompanhamento próximo para garantir a segurança do paciente. Mais do que nunca, reforça a necessidade de protocolos claros, responsabilidade profissional e consciência dos riscos para que vidas não sejam ceifadas por procedimentos que, quando bem conduzidos, têm tudo para ser seguros.

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