Corinthians pagou só dois dos reforços de 2024 e deve por mais três; ex-presidente se defende

Timão tem dívidas ativas pelas negociações envolvendo Charles, Cacá e Talles Magno e busca novos acordos nos bastidores; Augusto Melo fala ao ge e se defende das acusações de má gestão.

A situação financeira do Corinthians é alarmante. Não bastasse o transferban, a condenação no CAS e as derrotas na Fifa pelo não pagamento na contratação de jogadores, o clube tem outras pendências que podem resultar em novos processos e, consequentemente, novas punições. 

Segundo apurou o ge, o Corinthians ainda não pagou um centavo sequer pela compra do zagueiro Cacá, do Tokushima Vortis, do Japão, estimada em R$ 24 milhões. O Timão não pagou nada ao New York City, dos Estados Unidos, pelo empréstimo do atacante Talles Magno, e também está em atraso com os dinamarqueses do Midtjylland pela contratação de Charles.

Somados, os valores chegam a R$ 43 milhões. Caso os acordos não sejam honrados, há a possibilidade de que os clubes com os quais o Corinthians negociou acionem a Fifa, que, eventualmente, poderá impor novas punições ao clube do Parque São Jorge. 

As negociações foram fechadas na gestão de Augusto Melo. Em contato com o ge na tarde desta sexta (veja entrevista completa abaixo), o ex-dirigente se defendeu das acusações de má gestão, afirmou ter buscado receitas suficientes para honrar com os compromissos firmados e disse ter deixado um valioso patrimônio ao clube. 

— Deixamos chegar perto do limite. Isso infelizmente é normal dentro do que é a atual situação do Corinthians, a dívida é muito alta. Não fui eu quem criou essa situação. Precisei fazer isso (gastar na montagem do time) para que o Corinthians não caísse para a Série B. O que era mais importante: ficar devendo no mercado ou cair para a Série B? — contestou.

Durante o ano de 2024, o clube do Parque São Jorge adquiriu 18 jogadores com investimento avaliado em R$ 172 milhões. No entanto, quitou apenas as dívidas contraídas com o Flamengo pelas contratações de Matheuzinho e Hugo Souza.

Atualmente, os valores devidos são consideravelmente maiores. Afinal, fora as condenações no CAS e na Fifa, o Timão terá que arcar com juros em eventuais renegociações. 

Procurado, o presidente Osmar Stabile e o Corinthians não se manifestaram oficialmente, mas, segundo apurou o ge, a nova gestão entende que o caminho será a renegociação dos débitos para tentar evitar novos processos na Fifa.