Comissão de Justiça veta título de cidadão natalense a Pabllo Vittar

A maioria dos vereadores que fazem parte da Comissão de Legislação, Justiça e Redação Final votou contra a entrega do título de cidadão natalense ao artista Pabllo Vittar. A proposta foi da vereadora Thabatta Pimenta (Psol).

Mesmo com o perecer favorável da relatora Brisa Bracchi (PT), a matéria foi reprovada pelos demais membros da Comissão.

Pabllo Vittar I Foto: reprodução redes sociais

Aldo Clemente (PSDB), presidente da Comissão, justificou:

“Não tenho nada contra a pessoa, o artista. Mas, para merecer a maior honraria da Câmara Municipal de Natal, eu não encontro atributos, justificativa para a concessão dessa maior honraria. Eu voto contrário”.

Tony Henrique (PL) e Fúlvio Saulo, também foram contrários à concessão do título ao artista.

“Nós temos que ser criteriosos. Não estou falando nada contra o artista Pabllo Vittar. Os vereadores querem dar título a pessoas que não contribuíram, no meu entendimento, com a cidade do Natal. Eu já recebi vários pedidos, inclusive fiquei constrangido em alguns deles, mas serei muito criterioso nos meus títulos e no dos colegas aqui. Então, eu voto contrário também”, arrematou o vereador Fúlvio.

Reunião da Comissão de Justiça I Imagens: reprodução TV Câmara

Tanto Fúlvio Saulo, quanto Aldo Clemente e Tony Henrique votaram a favor da entrega do título de cidadão natalense ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está prestes a ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal por tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano ao patrimônio da União, liderar organização criminosa armada e por deterioração de patrimônio tombado.

Mesmo depois da votação, a vereadora Brisa Bracchi fez algumas observações e chegou a criticar os critérios usados pelos colegas:

“Queria só fazer o apelo para que sejamos, então criteriosos com todos os títulos que passam por essa Comissão. Muitos títulos já passaram e nem ao menos pedimos para que seja lida a justificativa. Se vamos ter esse argumento, esse critério, que seja feito para que não fiquem dois pesos duas medidas”, criticou.

“Tem um parágrafo da justificativa que fala das ações do artista em Natal, especificamente. Todo grande artista, ainda mais de grande relevância na causa LGBT cumprem um papel significativo para a juventude que está passando por um momento de descoberta e de, muitas vezes, ter de lidar com o preconceito. Como Pablo Vittar não foi importante dentro de muitas casas brasileiras de ser o primeiro artista LGBT que toca na rádio, na tv e esse assunto poder ser permeado nas famílias, contribuindo para o processo de aceitação dos jovens, filhos e filhas LGBT dentro de casa”, argumentou a vereadora Brisa.