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Brisa diz que pedido de cassação é “tentativa de silenciamento” do seu mandato

Foto: Elpídio Junior / Assessoria CMN
Foto: Elpídio Junior / Assessoria CMN

A vereadora Brisa Bracchi (PT), alvo de um processo de cassação aberto pela bancada de apoio do prefeito Paulinho Freire (União Brasil) na Câmara Municipal de Natal (CMN), afirmou que é vítima de uma tentativa de silenciamento, motivada pela sua atuação como líder da oposição.


“A Câmara Municipal, em menos de 24 horas, abriu um processo para tentar cassar nosso mandato. Uma velocidade que nem no Congresso Nacional, onde já vimos tantos abusos, costuma existir”, denunciou a vereadora.


Brisa, no entanto, disse que a pressa da base do prefeito para cassar seu mandato “fala mais sobre quem quer nos atacar do que sobre nós”.



Foto: Francisco de Assis
Foto: Francisco de Assis

“Não tenham dúvidas, trata-se de uma tentativa de silenciar o nosso mandato, mas enfrentaremos esse processo com firmeza, porque sempre agimos com transparência e com responsabilidade”, disse.


A petista reiterou que “não há base legal” para embasar o pedido de cassação apresentando pelo vereador bolsonarista Matheus Faustino (União Brasil), que é ligado ao Movimento Brasil Livre (MBL).


“O que existe é perseguição política contra quem faz oposição séria, fiscaliza, denuncia e representa a voz do povo que a atual gestão tenta silenciar”, declarou, denunciando que sua eventual cassação interessaria ao prefeito Paulinho Freire.


Vereadores da bancada de apoio do prefeito combinam “castigo” contra Brisa

Um indício dessa articulação foi o vídeo da transmissão da TV Câmara que flagrou vereadores da bancada governista, na sessão que aprovou o recebimento do pedido de cassação de Brisa, na última terça-feira (19), combinando o “castigo” que aplicariam contra a parlamentar do PT.


No momento da conversa entre eles, os trabalhos estavam suspensos, mas os microfones captaram os vereadores Daniel Santiago(PP), Daniell Rendall (Republicanos), Irapoã Nóbrega (Republicanos), Leo Souza (Republicanos) e Preto Aquino (Podemos) combinando que punição dariam a Brisa.


“Alguma coisa tem que ser feita, até porque pegou fogo. Por menor que seja, alguma coisa tem que ser feita”, defende Preto Aquino.


Daniell Rendall, concordando com Preto Aquino, propõe uma suspensão à vereadora. “Nem que seja um puxão de orelha e ir para o canto do castigo”, sugere Irapoã Nóbrega.

Na sequência da conversa, Preto Aquino propõe dar “uma suspensão de uma semana”. Já Leo Sousa quer uma punição maior: “Não, eu acho que uns seis meses [de suspensão]”.

Eles continuam a conversa, mas depois desse momento não é possível mais compreender o que falam. Esse momento em que os vereadores governistas combinam o que fazer contra a colega de oposição foi cortado da transmissão da TV Câmara.


A reportagem da Agência Saiba Mais questionou a Câmara Municipal de Natal, através da assessoria de imprensa, sobre o motivo do corte, mas não obtivemos retorno. O espaço segue aberto.


A vereadora Samanda Alves (PT) apresentou um memorando à Mesa Diretora da CMN solicitando a disponibilização integral do vídeo da sessão ordinária em que foi aprovada a abertura do processo de cassação de Brisa.


“A sessão da Câmara Municipal foi retirada do ar e voltou horas depois, editada. Sumiram as falas de vereadores combinando a punição de Brisa. Transparência não se apaga”, denunciou a petista.


Brisa afirma que sofre violência política

Brisa afirmou que sua atuação na oposição à atual gestão “incomoda justamente porque a gente não se cala diante das injustiças”. “O incômodo que geramos nasce da insistência de fazer o que precisa ser feito”, completou.


Ela disse, ainda, que convive com a violência política es diversas expressões, como ataques no plenário, ameaças anônimas de morte e agora a tentativa de cassação.

Em outubro de 2023, Brisa recebeu uma ameaça de “estupro corretivo” através do e-mail do mandato dela na Câmara Municipal de Natal.


Na época, a vereadora denunciou o caso em discurso feito no plenário da CMN. Ela registrou um boletim de ocorrência pedindo que a ameaça fosse investigada pela Polícia Civil.

Brisa pediu também que a Polícia Federal, além da Polícia Civil do RN, investigasse o caso, uma vez que parlamentares de outros estados receberam a mesma ameaça anônima.


“A nossa luta é a defesa a democracia, da cultura, dos direitos da população, mesmo quando isso significa enfrentar os poderosos. Nossa eterna gratidão a todos e todas que já se manifestaram em solidariedade”, manifestou, convocando a sociedade a se mobilizar para “vencer mais essa batalha”.

Fonte: Saiba Mais

 
 
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