A um ano das eleições, persiste indefinição sobre palanques no RN para 2026
- Bolin Divulgações

- 6 de out.
- 3 min de leitura

Faltando doze meses para as eleições de 2026, o cenário político do Rio Grande do Norte é dominado por incertezas. A sucessão da governadora Fátima Bezerra (PT) e a disputa pelas duas vagas ao Senado permanecem em aberto, com candidaturas em gestação, alianças em teste e cálculos políticos ainda distantes de um desfecho.
O único movimento mais concreto até aqui vem do PT, que aposta suas fichas no secretário estadual da Fazenda, Cadu Xavier, lançado como pré-candidato a governador após a desistência do vice-governador Walter Alves (MDB).
Walter assumirá o Governo do Estado em abril de 2026, após a desincompatibilização da governadora para concorrer ao Senado, mas já anunciou que abriu mão da primazia da candidatura à reeleição para apoiar Cadu Xavier.
O pré-candidato petista, no entanto, enfrenta o desafio de se firmar num contexto em que seu nome ainda é desconhecido da maioria da população.
O PT tem o desafio adicional de reorganizar sua base após o rompimento com aliados históricos, como a senadora Zenaide Maia (PSD), que vem dando sinais de apoio à pré-candidatura a governador do prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra (União Brasil).
Oposição fragmentada
Na oposição, o quadro é mais difuso. O grupo de centro-direita tenta há meses costurar uma candidatura única, mas enfrenta resistências internas. O prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra, desponta nas pesquisas como nome competitivo, mas ainda evita oficializar sua pré-candidatura, enquanto trabalha nos bastidores para ampliar alianças que viabilizem seu palanque em 2026.O ex-senador José Agripino Maia, presidente estadual do União Brasil, tenta liderar esse processo através da Federação União Progressista, que reúne o próprio União Brasil e o PP, com quatro deputados federais — metade da bancada potiguar.
O objetivo declarado é construir um palanque de centro-direita capaz de desafiar o PT, mas a fragmentação interna ameaça o projeto.
O senador Rogério Marinho (PL) mantém firme sua intenção de disputar o Governo do Estado e já recebeu o apoio do senador Styvenson Valentim (PSDB), também candidato à reeleição.
Marinho tenta, sem sucesso até aqui, atrair o ex-prefeito de Natal, Álvaro Dias (Republicanos), para uma composição que una o bolsonarismo e setores da direita tradicional.
Álvaro, por sua vez, tem dito que mantém sua disposição de concorrer e vem reforçando laços políticos, especialmente com o prefeito de Natal, Paulinho Freire (União Brasil), que lhe deve apoio pela eleição de 2024.Esse triângulo oposicionista – Alysson, Álvaro e Rogério – é o grande nó político do momento. Nenhum deles parece disposto a ceder, com a disputa interna ameaçando diluir as forças da oposição, o que, em tese, poderia beneficiar o pré-candidato do PT, Cadu Xavier.
O fator Carlos Eduardo

A equação se complica ainda mais com a movimentação de Carlos Eduardo Alves (PSD).
O ex-prefeito de Natal, que já concorreu ao Governo do Estado e ao Senado, voltou a figurar nas pesquisas com desempenho expressivo na capital e Região Metropolitana.
Carlos Eduardo deixou em aberto seu destino político — governador, senador ou deputado federal —, mas vem se reposicionando como figura capaz de dialogar tanto com o campo lulista quanto com setores do centro e da oposição.
Ele não descartou uma aliança com o PT, após declarações elogiosas da governadora Fátima Bezerra, que o chamou de “nome respeitado” e admitiu a possibilidade de uma dobradinha ao Senado.
Embora evite assumir qualquer compromisso, Carlos Eduardo mantém o suspense que lhe é característico — e, nesse momento, tem o poder de tensionar os dois blocos, podendo ser o fiel da balança na formação dos palanques de 2026.
Disputa pelo Senado também está embaralhada

A disputa pelas duas vagas ao Senado Federal adiciona mais complexidade ao cenário. Zenaide Maia (PSD) e Styvenson Valentim (PSDB) já confirmaram que buscarão a reeleição, mas as alianças em torno de seus nomes estão em aberto.
Zenaide, que rompeu com o PT, vem se aproximando do grupo de Allyson Bezerra, tentando capitalizar sua popularidade em Mossoró e no interior do RN.
Styvenson, por outro lado, caminha com Rogério Marinho, numa aliança com forte apelo bolsonarista, mas limitada na capacidade de agregar outros setores.Já a pré-candidatura de Fátima Bezerra ao Senado também enfrenta problemas em razão do rompimento da senadora Zenaide Maia com o PT, obrigando o partido a procurar outro nome para compor a chapa com a governadora.
Aberta a contagem regressiva para as eleições, só o tempo dirá como ficará a configuração das alianças em 2026 no Rio Grande do Norte. O quadro, no momento, é de muita incerteza, especulações e balões de ensaio, sem que ninguém consiga prever, com exatidão, o que acontecerá.




