A cada duas horas, RN registra uma agressão contra mulher em 2025
- Bolin Divulgações

- 31 de jul.
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Entre janeiro e 21 de julho de 2025, o Rio Grande do Norte registrou 2.316 notificações de violência contra mulheres, segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) com base no SINAN, do Ministério da Saúde. A média equivale a 11 casos por dia, ou uma mulher agredida a cada duas horas no estado.
Dentre as notificações, foram registrados 1.361 casos de violência física, 414 de violência psicológica/moral, 394 de violência sexual, 68 de violência por negligência ou abandono, 60 casos de tortura e 19 de violência financeira ou econômica.
As faixas etárias com maior incidência são de 20 a 29 anos, seguidas pelas mulheres de 30 a 39 anos. A maior parte das vítimas se autodeclara parda e possui ensino fundamental incompleto.
Ações de mitigação
Com base nesse cenário, a Sesap desenvolve uma série de ações voltadas à qualificação do atendimento às pessoas em situação de violências. As iniciativas são conduzidas por meio do Grupo de Trabalho Intersetorial de Promoção à Saúde e da Cultura de Paz, com foco no fortalecimento da articulação entre profissionais da saúde e da rede intersetorial.
“Participamos de vários comitês e conselhos no âmbito das outras secretarias estaduais que trabalham a construção e materialização das políticas de proteção às mulheres em situação de violências. Além disso, atuamos na elaboração de notas técnicas sobre o atendimento integral às pessoas em situação de violências na saúde e na rede intersetorial, na comunicação externa direcionada às autoridades competentes”, explicou Anna Luiza Liberato, referência técnica das violências na atenção primária à saúde da Sesap.
Um dos instrumentos adotados pela pasta é o Guia de Orientação para Profissionais de Saúde e da Rede Intersetorial de Atenção às Pessoas em Situação de Violência do Rio Grande do Norte, lançado em agosto de 2024. O material, atualmente em processo de atualização, reúne orientações sobre aspectos éticos, legais e operacionais do atendimento às vítimas, além de organizar os serviços de referência por região, com informações sobre o tipo de violência acolhida por cada unidade.
O guia é resultado de uma articulação entre os níveis estadual, municipal e federal da rede de saúde.
Agosto Lilás
Durante o mês de agosto, em alusão à Lei Maria da Penha, a Sesap participa da campanha nacional Agosto Lilás, voltada ao enfrentamento da violência contra a mulher. A abertura da programação será marcada pelo 1º Fórum Estadual de Profissionais dos Serviços de Atendimento às Vítimas de Violência Sexual, que acontecerá no dia 1º de agosto, das 8h às 12h, no Hotel PraiaMar, em Ponta Negra, Natal.
O evento é organizado em parceria com a Associação de Ginecologia e Obstetrícia do Rio Grande do Norte (SOGORN). Além do fórum, a agenda inclui um simpósio temático, uma reunião ampliada do Grupo de Trabalho Intersetorial e a 5ª Conferência Estadual das Mulheres, marcada para os dias 27 e 28 de agosto.
Tentativa de feminicídio reacende alerta sobre violência contra a mulher No último sábado (26), Juliana Santos foi vítima de uma tentativa de feminicídio dentro do elevador do condomínio onde mora, em Ponta Negra, Zona Sul de Natal. O ex-namorado, o ex-jogador de basquete Igor Cabral, foi flagrado por câmeras de segurança desferindo mais de 60 socos contra a jovem, que tentava se proteger. A agressão, que durou menos de um minuto, deixou a vítima com o rosto desfigurado.

Segundo a Polícia Civil, a violência teve início após uma discussão durante um churrasco entre amigos, quando Igor reagiu com ciúmes após ver mensagens no celular de Juliana. Ele foi preso em flagrante e vai responder por tentativa de feminicídio.
O caso provocou forte repercussão nas redes sociais e mobilizou autoridades, incluindo a governadora Fátima Bezerra, que se solidarizou com a vítima e cobrou justiça. Em publicação, Juliana agradeceu o apoio recebido e disse que o momento é delicado, voltando-se agora para sua recuperação.
Canais de denúncia
Casos como este podem ser denunciados à Central de Atendimento à Mulher, pelo telefone 180, ou diretamente à Polícia Militar, pelo 190. A Delegacia Virtual e a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher também estão disponíveis para acolher e investigar as denúncias.




